sábado, 31 de janeiro de 2009

Telegrama

Juvenal, desempregado há meses, com a resistência que só os brasileiros têm, foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:
- Qual foi seu último salário?
- Salário mínimo, respondeu Juvenal.
- Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!
- Jura?
- Que carro o Senhor tem?
- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!
- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!
- Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.
- Jura?
- E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!
Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama.
Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas. Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música.
Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto. Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.
Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero... A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal. E a banda tocava! E o chope gelado rolava! O povo dançava!
Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastando horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.
Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela...
Era do Correio! A festa parou! A banda calou! A tuba engasgou! Um bêbado arrotou!
Uma velha peidou! Um cachorro uivou! Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?
- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.
- Joguem água na churrasqueira!
O chope esquentou! A mulher do Juvenal desmaiou! A motoca parou!
O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:
- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Si, si, sim, so, so, sou eu...
A multidão não resistiu: OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
E o cara da motoca:
- Telegrama para o senhor...
Juvenal não acreditava...
Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para todos.
Silêncio total.
Não se ouvia sequer uma mosca!
Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama. Olhou de novo para o povo e a consternação era geral. Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.
O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:
- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?
Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...
Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico.
- Mamãe morreeeeuuu! Mamãe morreeeeuuu!!!!!!! Pode continuar com a festa...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Conselhos Sentimentais

Veja porque jamais deixam um homem dar conselhos e orientações sentimentais nas revistas femininas.

Caro Olavo,

Espero que possa me ajudar.
Peguei meu carro e saí pra trabalhar, deixando meu marido em casa vendo televisão, como sempre. Rodei pouco mais de 1km quando o motor morreu e o carro parou.. Voltei pra casa, para pedir ajuda ao meu marido. Quando cheguei, nem pude acreditar, ele estava no quarto, com a filha da vizinha!
Eu tenho 32 anos, meu marido 34, e a garota 22. Estamos casados há 10 anos, ele confessou que eles estavam tendo um caso há 6 meses. Eu o amo muito e estou desesperada.
Você pode me ajudar?

Antecipadamente grata.

Joana

*RESPOSTA*

Cara Joana,

Quando um carro pára, depois de haver percorrido uma pequena distância, isso pode ter ocorrido devido a uma série de fatores. Comece por verificar se tem gasolina no tanque. Depois veja se o filtro de gasolina não está entupido. Verifique também se tem algum problema com a injeção eletrônica. Se nada disso resolver o problema, pode ser que a própria bomba de gasolina esteja com defeito, não proporcionando quantidade ou pressão suficiente nos injetores.

Espero ter ajudado.

Obrigado.

Olavo

Amizades

Amizade de mulher
Certa noite uma mulher não voltou para casa.
No dia seguinte, ela disse ao marido que tinha dormido na casa de uma amiga.
O homem telefonou para 10 melhores amigas da mulher.

Nenhuma sabia de nada.


Amizade de homem
Certa noite um homem não voltou para casa.
No dia seguinte, ele disse a esposa que tinha dormido na casa de um amigo.
A mulher telefonou para 10 melhores amigos do marido.

Oito deles confirmaram que ele tinha passado a noite na casa deles e dois disseram que ele ainda estava la!

Dicionário do Alemon te Xoinvfile

TICIONÁRIO PRA QUEM FAI PRA REXION DE XARACUÁ, POMERODE, PLUMENAU, XOINFILE e ADJACÊNCIAS

PANDA – (s.f.) - É um crupo te amicos, que se xunta bara fazer múcica. Norrmalmente, tem bor nome pandinha.

PAR – (s.m.) - O mesmo que Potega, policho, armacem que serve pepidas e tira-costo, como toresmo, quecho, mortatela, ofo cozito, etc.

PARACO – a(s.m.) - Habitaçon popre, humilte, sem áqua, sem luxa, sem borra nenhuma.

PARALHO – (s.m.) - Xoco de cartas. Muito abreciato nos pares e caças te família.

PIA – (s.f.) - No Brrasil tampém conhecita por lourra ou xelada. É um pepita veita a bartir do cevata, muito apreciata em pares e vestas.

PIÇAR – a(v.) - Caminhar no grrama, caminhar no calçada; Ex.: Non piça no minha crama, vacapunto! 2) (g.) - Piçar no domate, icual a facer cagata.

PIZICLETA – (s.f.) - Meio te transporte te tois rodas, com traçon humana. Tem bedais e coreia.

POI – (s.m.) - Touro castrato, sem saca. Sem saca, non trépa. Non trepando, engorda. Gorrdo, é matado tom mareta.

POLZA – (s.f.) - Pjeto que serfe bara caregar vários coisa. Tem vários dipos: polza te mulher, polza bara lixo, polza te subermercato e polza te açons financerras (que non sei que merrda é).

PUTIÁ – (s.f.) - Lá no minha caza só o minha mulher é que costa de putiá. Eu e os minhas filhos non costamos de putiá porque é uma frutinho muito aceta, xeca a tar arrebio.

REBUCHO – (s.m.) - Eveito ta maré, depos te bater no praia, os ontas foltam bara o mar.

TIARRÉIA – (s.f.) - Tistúrbia dos tripas. Muito comum para quem come panana com gachasa e toresmo com chimaron, ou bepe pia xelada com linqüiça quende. É tão ruim o tiarréia, que teixa o xente suato e amarrelo. O xente diz pros mais íntimos: tô mixando pela cu, rapaiz.

XAROBE - (s.m.) - Remétio xeralmente feito te erfas ou com mel e agrion. Muito inticato nos resvriados fortes, com muito tosse. 2) Intívituo chato, que costa te imbortunar, ou alco que não se coste. Ex.: A rátio ta Frida só toca músico xarobe!

XOTA – (s.m.) - Técima letra to alfapeto.

XUNTO – (adj.) - Acompanhato te alco ou alquém. Facer alcuma coisa com alquém. 2) - (v.) - Ato te xuntar alcuma coisa. Ex.: O Fritz xuntô a carta to paralho da chon.

ZIM – (ex.) - O que diz pessoa que concorrda, aceida, deixa. Pessoa que sempre diz zim é conhecida bor concortino.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Festa do Figo

Vejam a história da invenção da Rainha da Festa.

O concurso para eleição da rainha da Festa do Figo foi uma idéia trazida por Antônio Palácio Neto da Festa da Maçã, realizada em São José dos Campos em 1951.

Em Valinhos, este concurso por vários anos mexeu com a cidade, envolvendo diversos segmentos da sociedade em especial as empresas que escreviam suas candidatas, uma vez que vencia aquela que vendesse mais votos. O concurso tornou os bailes de coroação da rainha um dos mais tradicionais e disputados eventos da região. Porém, antes da introdução do concurso da rainha, já na primeira festa oficial, em 1950, era realizado o concurso para a escolha da menina rainha do figo, ou como muitos chamavam “bonequinhas vivas”. Neste ano, os trabalhos de escolha da rainha do figo foram presididos por Ferdinando Panattoni, diretor da sucursal “A Gazeta”, jornal de SP que dava ampla cobertura para nossas festas. A escolha foi transmitida ao vivo pelo tradicional sistema de auto-falante valinhense e pela rádio educadora de Campinas. A vencedora foi Nair Spanholetto, que obteve 830 votos. Com a introdução do concurso oficial para escolha da rainha, não eram mais as meninas as escolhidas, mas sim as moças, que passariam então a representar o mais importante evento turístico de Valinhos ao longo de sua realização.

A primeira rainha da Festa do Figo foi Amália Terezinha Antoniazzi, em 1952, no concurso patrocinado pela empresa Palácio e Mamprim. De 1952 a 1972, o concurso foi realizado ininterruptamente. Em 1975 é realizado o último concurso, retomado em 1991 sendo realizado até hoje.



Concurso 2009:
Princesa - Vanessa Ferreira de Queros
Princesa - Vanessa de Oliveira
Rainha - Talita Capellato Borin


Fonte: Festa do Figo

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Bolt


Como vocês perceberam no menu ao lado, assisti Bolt - Supercão. Fiquei totalmente espantado com a qualidade da animação e da aproximação com a realidade. Filme muito bem dirigido, com cenários tremendamente quase-perfeitos (que frase feia!) e humor de primeira. Totalmente recomendado. A Disney de parabéns. ;P

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Como Desestimular os Bons Alunos

Os bons alunos são muito chatos. Eles são arrogantes, pretensiosos, vem nos incomodar nas nossas salas, fazem perguntas que não sabemos responder, são exigentes e, em última análise, ameaçam nossas posições acadêmicas e nossas convicções democráticas e igualitárias. Depois de muitos anos de experiências acumuladas por mim e por meus colegas, resolvi elaborar este decálogo, que espero contribua para eliminar tão perniciosa casta de nossa Universidade.

1. Mostre-se sempre infeliz. Esteja triste e desanimado. Diga, nas suas aulas, que a carreira acadêmica não vale a pena, e que as perspectivas de emprego sao remotas. Insista em que a Universidade está sucateada ou que esta dominada por caciques impenetráveis, segundo sua preferência. Insinue sempre que eles escolheram de maneira errada sua profissão e que aquele seu colega de escola que era bem burrinho e vagabundo ganha muito mais que você. Fomente a idéia de que, no mercado de trabalho, o que mais importa é saber inglês e se dar bem na entrevista. Jamais deixe escapar que o conhecimento e a pesquisa fornecem momentos de autêntica alegria.

2. Comece suas aulas as 8 horas e termine as 10 horas, sem intervalo, e queixe-se de que não dá tempo de dar tudo o que voce sabe. Não dê tempo aos bons alunos para refletir ou questionar. Lembre sempre que o objetivo de sua aula é mostrar que voce sabe muito mais que eles. Não vacile: humilhe os bons, para que aprendam.

3. Suas provas devem ser metade muito fáceis e metade muito difíceis. O objetivo é que, na medida do possível, todos os alunos tirem nota 5, o que contentará os medíocres e diminuirá a vaidade dos bons. Se algum aluno bom, motivado pelo desafio, faz as questões difíceis e não tem tempo para as fáceis, seja inflexível: dê nota 5 para ele.

4. Suas provas devem ser longas, porque a velocidade é democrática. Aplique provas longas que possam ser resolvidas decorando 13 fórmulas adequadas às palavras chave das perguntas. Alunos bons podem pretender deduzir as fórmulas, mas não terão tempo. Zero neles.

5. Aplique provas onde a segunda questão dependa da conta feita na primeira, a terceira da conta da segunda, e assim por diante. Ficam muito elegantes, e mostram sua imaginação e compreensão global do tema. A vantagem é que um aluno bom pode errar na primeira conta e tirar zero em conseqüência, o que aumentará muito sua reputação de professor rigoroso.

6. Jamais devolva as provas corrigidas para seus alunos. Os alunos bons podem pretender estudar erros e aprender com eles no dia seguinte. Quem sabe até encontram um erro seu. A justificativa para esta atitude é simples: um estudante da Universidade de Utrecht, em 1734, reclamou da nota que tinha tirado na prova de Anatomia 23 anos antes e, como o professor não guardava a cópia, a Universidade foi obrigada a trocar sua nota, de 5 para 6. Não há registros do nome desse estudante, mas todos sabem que foi assim mesmo.

7. Como voce não devolve as provas, será fácil abaixar alguns pontos na nota dos alunos bons, por motivos fúteis. Faça com que o processo de revisão seja o mais constrangedor possível, para que o aluno se envergonhe de pretender saber por que tirou 9 e não 10, e aceite o desconto nivelador. Marque uma reunião na sua sala para todas as revisões, chegue atrasado, e garanta uma boa fila: o aluno se sentirá mal de se queixar do 9 quando seus colegas estão se queixando do 3.

8. Os trabalhos em grupo sao uma boa oportunidade de infernizar a vida dos alunos bons. Nunca coloque os alunos bons no mesmo grupo: eles podem se potencializar e ficar melhores ainda. Coloque o aluno bom com colegas bem fraquinhos e chatinhos, de maneira que ele tenha que fazer tudo e sofra.

9. Os painéis nos congressos de iniciação cientifica também sao uma excelente oportunidade de desestimular alunos bons. Passeie entre os painéis admirando aqueles posters que incluem texturas coloridas, relevos, e os mais avançados meios de apresentação computacional e posterológica. Despreze posters apressados e manuscritos. Não deixe de enfatizar que, nesta etapa da vida, é mais importante a forma que o
conteúdo.

10. Nas reuniões de departamento, defenda sempre as propostas mais burocráticas e formais. Pré-requisitos, horários rígidos, barreiras para trancamento e mudança de turma. Proponha, sempre, incluir mais disciplinas no seu curso. É necessário ter os alunos bons bastante ocupados com bobagens formais, para que não perguntem.


J. M. Martínez ( www.ime.unicamp.br/~martinez )
Abril 2003

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Show is over

Buenas, iorguteiros.

Como eu havia dito (sem cacofonia, ok?) em algum post anterior (Hora do Show), estava disponibilizando a minha impagável presença para ajudar as moçoilas com suas baixas-auto-estima (sacaram, hein hein hein?! :P). Pois bem, depois de alguns... milhoes! (cof cof cof) de emails, e muito tempo dispensado com as cumpanheiras, eis um vídeo aqui de uma das melhores pole dance da qual eu fui apresentado.



Ruuuumo às dez mil visitas \o/

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cegueira Lúcida

Um cego entra num bar de mulheres, senta no balcão e pede uma bebida ao garçon.

A bebida chega e depois de um tempo o cego grita:

- Vou contar uma piada de loiras!

A mulher ao seu lado diz:

- Já que você é cego, devo te avisar 5 coisas antes de você resolver contar a piada:

1 - O barman é uma mulher loira
2 - O gerente é uma mulher loira
3 - Eu sou uma loira de 1,75m e 90kg
4 - A mulher do meu lado é uma loira profissional em Karatê
5 - Do seu outro lado tem uma loira professora de Kung Fu

Você ainda quer contar a piada?

E o cego responde:

-Não... Deixa pra lá... Se eu for ter que explicar 5 vezes, deixa pra lá...

domingo, 11 de janeiro de 2009

Engineering


"You know you’re an engineer if you have no life and can prove it mathematically."

sábado, 10 de janeiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Hora do show

"Nós passamos por um clube de strip-tease; pedi que ele parasse o carro e a gente entrasse. Perguntei ao gerente se eu podia subir no palco e comecei a tirar a roupa. Os homens começaram a gritar..."

Suzana, 28 anos

O QUE ISSO DIZ SOBRE ELA?
Fantasias exibicionistas surgem por necessidade de admiração, diz Nancy Friday. As mulheres adoram saber o quanto a bunda delas é gostosa, o peito é durinho e a nudez é aprovada. No fundo é uma necessidade de serem desejadas.


Men's Health, dezembro 2008.


Pois aqui estou eu, pronto para classificar vossas curvas e saliências. Prometo sinceridade e elevação de auto-estima. Agende uma pole-dance comigo. ;P

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O umbigo da moça da capa

Borogodó. A palavra pode ser muito velha e a orelha da gata em que assopro o galanteio muito nova. Mas acho que a moça da capa tem. Não exatamente no mesmo lugar em que tinha a Angelita Martinez e a Carmen Verônica, vedetes em que o borogodó ficava exatamente ali, naquela curva escandalosa onde o divino e um bom espartilho da Casa Futurista formatavam o triângulo busto-cintura-quadril. Toda vedete era um violão, música maior do Criador. Sorte de quem tocava suas cordas ou, bububu no bobobó, estava na platéia das revistas da Praça Tiradentes.

Não sei, em seguida, quem veio primeiro. Se a guitarra Fender ou a modelo Twiggy. Foram mais ou menos contemporâneas, meados dos anos 60, e similares. Achatadas. Paranóicas. As guitarras provocavam dissonâncias. A manequim magricela, muita mancha roxa quando acertava o parceiro com aquele osso dos quadris. Foram-se todas. Não há mais solo de guitarra no rock. Olívia Palito também não cruza a passarela.

Eu pediria permissão ao poeta Murilo Mendes, perenemente em pânico e em flor, para atualizar o verso em que dizia o mundo começar nos seios de Jandira. Não mais, mestre. O mundo começa no umbido da moça da capa. O foco mudou. Eu diria que Daniela Cicarelli cabe melhor no papel de Vênus calipígia. Luana Piovanni seria legítima sucessora dos seios de Jandira. Todas lindas, mas não tem para ninguém.

O umbigo da moça da capa é o redemoinho da modernidade sensual. O borogodó que abre parênteses para a nova história do formato feminino.

Faz tempo que as mulheres são mais ou menos as mesmas. Não critico. De vez em quando, porém, como se tivessem feito uma reunião especial para discutir qual seria a nova estratégia, elas mudam, todas ao mesmo tempo, o lugar onde concentram a sedução. Já foi na carne farta, e Renoir estava lá. Recentemente, vingaram as girafas, seres de pernas quilométricas, e o fotógrafo Helmut Newton clicou-as para a eternidade. Pode ser que eu esteja ficando minimalista ao extremo. Mas, parem as máquinas!

O mistério delas migrou para o umbigo e acabou na capa.

Assim caminha a humanidade e admiro essa capacidade feminina de acompnhar o design das coisas do mundo repaginando-se a si mesmas. Elas trocaram um borogodó expansivo, como o das coxas roliças e das ancas fartas (nasciam milhões de mulheres assim, onde estão?), pelo pingo umbilical. Isso faz todo o sentido num momento em que as melhores escolas de design procuram o mesmo com o traço simplificado de seus inventos. Foram-se as catedrais barrocas das vedetes.

Repaginada a cada estação, a figura da mulher continua sendo o sopro que põe crédito na existência do superior designer.

Freud encucava sobre onde elas colocavam o desejo. Eu quero saber apenas onde as mulheres vão colocar o borogodó, para onde vão desviar nossos olhos depois que arquivarem essas calças de cintura baixa da Maria Bonita.

Havia panos demais sobre o corpo para uma avaliação de rigor científico, mas eu duvido que as panturrilhas com que a Chiquinha Gonzaga se encaminhava até o piano no início do século XX, tivessem alguma coisa a ver com as que ajudam Cynthia Howlett, desenvolvidas na malhação, a mover-se hoje sobre as areias do Arpoador. Mulheres são mutantes. É bom que sejam. Precisam perceber apenas que o borogodó de uma nem sempre está no mesmo lugar dos quatro ós abertos da outra. E foi algo assim que eu aprendi com o ator Zé Trindade, divulgador, nas chanchadas dos anos 60, dessa palavrinha que merece ser incluída em qualquer lista das mais expressivas da língua portuguesa.

Ele era um nordestino atarracado, sem pescoço, um sujeito feio de dar dó, mas nos filmes fazia enorme sucesso com o mulherio. Acreditava no seu taco.

Sempre que perguntado como conquistava tantas, Zé alisava o bigode, um horroso filete de pêlos ralos. Antes que as vedetes de coxas grossas começassem a beijá-lo e o crédito de "Fim" surgisse na tela, ele piscava para a câmera e dava o bizu: "É que eu tenho borogodó." O cômico foi um gênio de sabedoria popular e eu só não entendo por que seu método de sedução não está entre os clássicos da auto-ajuda.

O umbigo da moça da capa é estado de arte e toque final aos incréus sobre a existência d'Ele - em seguida desligou o celular e se mandou pruma pousadinha em Mauá. Era modelo único. Acabou. Eu, se fosse você, não entrava nessa tortura invejosa de ginástica, de dietas para ter o mesmo modismo que vai na barriga das outras. Eu faria como o conquistador Zé Trindade. Invente e aposte todas as fichas no seu próprio borogodó.

Joaquim Ferreira dos Santos