Matadores de Velhinha

Sábado eu madruguei e fui para São Carlos. Pois bem, várias histórias inacreditáveis para vos contar, caros yakulteiros iorguteiros. E pra dar um ar de suspense e terror, "Vamos por partes!" tal como diria Jack, o Estripador (ai ai ai, Jeca, essa é inesquecível). Let's rock!

Assim que cheguei lá, estacionei o carro na porta do edifício e fui a pé para a centro da cidade (que fica a duas quadras dali). Estava caminhando tranqüilamente pela calçada quando o portão do meu novo vizinho começa a se abrir. Eu, todo curioso, apressei o passo pra saber quem seria o dito cujo que morava na pequenina mansão que embeleza a vista da minha sacada. Assim que vou me aproximando do portão, e o carro fazendo o mesmo, me deparo com um rosto deveras familiar. Na hora me apavorei: "Oh GOD, isso no ekziste!" pensei comigo. Era meu ex-professor-carrasco-de-química. Puxa vida, tanta gente interessante que poderia habitar ali, e eu sou premiado pelo destino com isso! Não preciso nem dizer que de agora em diante estou em pânico e pretendo nunca mais me debruçar na sacada a fim de evitar possíveis visões diabólicas.
Passado o susto, horas mais tarde, enquanto descarregava várias sacolas do carro, estava prestes a enviar minha vó com a mudança via elevador para o sétimo andar, quando me deparo com seu desespero: "Pode parar com isso! Eu não vou subir de elevador sozinha! Você sabe que eu tenho pavor de elevador!" Depois de tanta luta, em vão, tive que me render e mandar a minha mãe descer, pelo outro elevador, até o subsolo pra fazer companhia pra minha vó até o destino. Imaginem a cena: minha vó dentro do elevador bloqueado por vários minutos e lotado de coisas pelo chão esperando minha mãe descer até ali pra fazer uma baldeação de elevador pra poder subir junto com ela. Espero que os vizinhos entendam e me desculpem pelo monopólio do elevador. Eu mereço...
Por fim, quando estávamos voltando para a terra do figo roxo, a fim de cortar um pedágio de assaltantes R$10,00, eu resolvo pegar um caminho diferente. Trata-se de um caminho de terra totalmente esburacado. O fato é que tinha acabado de chover e estava um barro só. Quando minha vó viu aquilo, ela esbugalhou os olhos, arrepiou o cabelo e começou a se desesperar, mais uma vez: "Eu não acredito que você tá fazendo isso! Vamos voltar! Olha como tá isso!", e o carro derrapando, rodando e tudo mais fazendo jus a um verdadeiro Rally dos Sertões (dos sertões úmidos, eu quis dizer), "Pode voltar agora! Tudo isso por causa de dez merréis! Volta que eu pago dez, vinte, até cem!!!". Nem preciso dizer que eu me diverti em dobro, né?!? Por estar fazendo um verdadeiro rally estilo Collin McRae e ao mesmo tempo ouvindo isso. Foi risada do começo ao fim. Uma cena de dar inveja pro Tom Hanks a la Matadores de Velhinha. O mais curioso foi que, quase chegando em casa, nós paramos no Frango Assado e todo mundo que passava perto do carro tinha que reparar o pequeno barreiro grudado no carro e arregalar os olhos. Eis o resultado da brincadeira:


Detalhe que, assim que chegamos em casa, minha mãe quis "passar uma água" no carro pra tirar o "grosso". Até aí tudo bem, o engraçado foi hoje pela manhã quando ela saiu com o carro, no chão, embaixo daonde ele ficou estacionado, tinha mais terra que em todo o jardim aqui de casa.